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Entre aqueles abraços e cheiros no "cangote" surgiu uma curiosidade de sentir aquela clavícula, estava tão exposta e aberta, parecia pedir meus dedos, toquei. Trocando um olhar depois disso, foi possível receber um não. A essa altura nossa amizade permitia que tudo fosse lúdico e inocente. Entre uma tentativa e outra, recebi pouco a pouco demostrações de interesses. Os lábios de um amigo tem gosto de conforto.
Só nos resta levar tudo como uma boa camaradagem, sem expectativas ou pressões. A lei do desapego nem entra em discussão, visto que não se apegar seja o primeiro mandamento. Um acordo em que o intimo é aberto, e as emoções estão encarceradas por uma eminente dependência.
E como seria quando houvesse nosso próximo encontro? Seria um... nada aconteceu, ou podemos colorir isso ainda mais. Investi nisso pode nos trazer sexo fácil com uma pitada de conforto e soluções para dias cinzentos. Mas cuidado, como diria Arnaldo Jabour "O perigo do sexo é que você pode se apaixonar..."
Por fim fitei seus olhos com um intervalo de tempo maior do que a ultima vez, ri alto com aquela careta, tudo era tão idiota e divertido. Sempre tenho a impressão que rir por motivos bobos fortalece os laços, por que são momentos que sentimos, não tem como descrever. Códigos são bem mais interessantes para se viver, eles são indecifráveis para os outros.
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